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Sofia Gubaid​ú​lina, Hermeto Pascoal e Ígor Stravinsky

by Erika Ribeiro

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1.
Akahito 00:49
2.
Mazatsumi 01:10
3.
Tsaraiuki 01:39
4.
5.
Solo 00:59
6.
7.
8.
9.
Epitáfio 01:42
10.
11.
12.
13.
14.
Dia de abril 01:06
15.
16.
17.
18.
Pica-pau 01:47
19.
20.
21.
Eco 01:58
22.
Tamborileiro 01:14
23.

about

LADO A

Transcrições para piano de Erika Ribeiro

1. Três poesias da lírica japonesa (Ígor Stravinsky)

Akahito (0:51)
Mazatsumi (1:13)
Tsaraiuki (1:41)

2. Quatro canções russas (Ígor Stravinsky)

Pato (dança de roda) - 1:15
Solo - 1:02
Gansos, cisnes* - 0:37
Canção de seita - 2:46

3. Série de arco - 4:04 (Hermeto Pascoal)

4. Epitáfio - 1:45 (Ígor Stravinsky)

* Gansos e cisnes foi extraído de outro ciclo de Canções russas, do mesmo período.

LADO B

1. Brinquedos musicais (Sofia Gubaidúlina)

Acordeão mecânico - 0:32
Carrossel mágico - 0:37
Trompetista na floresta - 1:26
Ferreiro-feiticeiro - 0:58
Dia de abril - 1:09
Canção do pescador - 1:38
Passarinho chapim - 1:10
Urso contrabaixista e a mulher negra - 0:47
Pica-pau - 1:49
Clareira do alce (1:01)
Trenó de neve com sineta - 0:45
Eco - 2:00
Tamborileiro - 1:17
Músicos da floresta - 2:07


A pintura reproduzida na capa é de Tomie Ohtake, gentilmente cedida pela Coleção Roberto Marinho | Instituto Casa Roberto Marinho, fotografada por Jaime Acioli: sem título, 1970 | óleo sobre tela | 73 x 92,5 cm | ©Tomie Ohtake.


TEXTO DE IRINEU FRANCO PERPETUO

Nos dias de hoje, as transcrições são um artifício que costuma ser empregado para alargar o repertório de instrumentos que não foram contemplados pelos compositores canônicos da História da Música.

Antes da difusão das tecnologias de gravação, contudo, a transcrição era uma prática muito mais disseminada, e até corriqueira no instrumento para o qual esses mesmos “compositores canônicos” mais escreveram – o piano. Virtuoses do teclado transpunham sistematicamente para suas 88 teclas as árias das óperas mais célebres, as obras-primas do repertório sinfônico – ora procurando fielmente reproduzir-lhes a linguagem, ora embelezando-as com os recursos específicos da técnica pianística.

Ao propor suas transcrições – retratos em branco e preto de obras escritas para outras formações –, Erika Ribeiro reconecta-nos à chamada Era de Ouro do piano, renovando uma tradição brilhante dentro dos novos parâmetros do terceiro milênio.

Esse disco foi gravado em 2021, em meio a tributos prestados pelo mundo inteiro aos 50 anos de falecimento do compositor-síntese do século XX: o russo Ígor Stravinsky (1882-1971). Nascido em Oranienbaum, morto em Nova York, enterrado em Veneza, e tendo residido na Suíça e na França, Stravinsky foi cosmopolita como a São Petersburgo em que passou seus anos de infância e formação. As transcrições de Erika refletem o caráter camaleônico e multifacetado de seu talento.

Stravinsky abalou o planeta com sua Sagração da primavera, estreada pelos Ballets Russes em Paris, em 1913. Enquanto trabalhava na orquestração da partitura que seria seu passaporte para a posteridade, o compositor musicava Três poesias da lírica japonesa, a partir de versos de Yamabe no Akahito, Mazatsumi Miyamoto e Ki no Tsaraiuki, que ele conheceu em tradução russa. Inspirado pelo Pierrot Lunaire, do compositor que é considerado seu antípoda na música do século passado, Arnold Schönberg (1874-1951), ele escreveu as obras originalmente para voz e pequeno grupo de câmara: duas flautas, dois clarinetes, quarteto de cordas e piano.

Em sua autobiografia, Chroniques de ma vie, o compositor conta que os versos causaram-lhe uma impressão “que apresentava uma semelhança impressionante com o efeito produzido pela arte da estampa japonesa. A solução gráfica dos problemas da perspectiva e de volume que se via neles incitavam-me a encontrar algo de análogo na música”.

As Quatro canções russas são um pouco posteriores, escritas em 1915–1918. Stravinsky narra: “conheci uma cantora croata, Madame Maja de Strozzi-Pécic, que tinha uma bela voz de soprano. Ela me pediu para compor algo para a sua voz, e escrevi, sobre textos populares, meus Quatre chants russes traduzidos por Ramuz”. C. F. Ramuz (1878-1947) foi o escritor suíço que trabalhou com Stravinsky em obras como História do Soldado, Les Noces e Renard. Destas, Erika escolheu três: Pato (dança de roda), Solo e Canção de seita. De um outro ciclo do mesmo período e com o mesmo nome, ela tomou Gansos, cisnes.

Originalmente pensadas para voz e piano, as Quatro canções russas mereceriam, em 1954, instrumentação do próprio compositor para grupo de câmara. Quando orquestrou as Quatro canções, Stravinsky já tinha abandonado o idioma neoclássico que o caracterizara por mais de três décadas, e abraçado, surpreendentemente, o dodecafonismo de Schönberg. Exemplo de seu novo credo é o Epitáfio, originalmente para flauta, clarinete e harpa, que ele compôs em 1959, em memória do príncipe Max Egon zu Fürstenberg, patrono do festival de Donaueschingen, no sudoeste da Alemanha, que recebera o compositor em 1957 e 1958.

Quem acompanha a carreira de Erika Ribeiro sabe que seu amadurecimento como artista passou muito pela descoberta da música brasileira e sua identificação cada vez maior com esse universo, acima de rótulos e fronteiras de estilos. Assim, em um disco dela não poderia faltar música do Brasil, e o privilegiado escolhido, dessa vez, foi o “bruxo dos sons” das Alagoas, Hermeto Pascoal. Série de arco nasceu de uma curiosa encomenda de Jovino dos Santos Neto, pianista de seu grupo: uma obra para que a irmã de Jovino pudesse utilizar em sua coreografia da série de arco de ginástica rítmica. Hermeto e Jovino viram a coreografia da ginasta, cronometraram-na, e daí surgiu a primeira versão da peça, para piano solo. Ao ser gravada, em 1982, no LP Hermeto Pascoal e grupo, a obra teve a instrumentação ampliada, para contemplar o conjunto de Hermeto. Assim, ao executá-la somente ao teclado, Erika como que restaura sua sonoridade original.

Outro compromisso de Erika é com a música das mulheres compositoras, e aqui ela defende uma das mais brilhantes: a russa Sofia Gubaidúlina, cujos 90 anos são celebrados em 2021. Sua produção para teclado é relativamente escassa: apenas cinco obras. Os Brinquedos musicais datam de 1969, tratando-se de um ciclo de 14 breves miniaturas, que a própria compositora definiu como “dedicatória tardia à própria infância”. Pelo tipo de demandas técnicas que coloca ao intérprete, trata-se menos de obras para serem tocadas por crianças do que peças que lidam com o universo infantil, de caráter fortemente evocativo, e com a originalidade e inventividade que caracterizam a produção de Gubaidúlina.

credits

released July 30, 2021

Direção artística: Sylvio Fraga
Produzido por Sylvio Fraga e Bernardo Ramos
Gravação: Duda Mello, Bráulio Passos e Pepê Monnerat no Estúdio Rocinante
Mistura: Pepê Monnerat no Estúdio Rocinante
Masterização: Alexandre Rabaço
Manutenção de equipamentos: Vinicius Crivellaro
Assistência de estúdio: Felipe Duriez
Afinação do piano: Tienes
Produção executiva: Luanda Morena e Nuala Brandão
Desenho de figurino: Rocio Moure
Projeto gráfico: Ana Rocha
Fotografia: João Atala
Tradução dos títulos originais em russo: Irineu Franco Perpetuo

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about

Erika Ribeiro Rio De Janeiro, Brazil

Pianist, winner of various Brazilian national contests, Érika Ribeiro has performed in numerous countries as soloist, chamber pianist, or orchestra pianist.
Her first solo album, Erika Ribeiro (Ígor Stravinsky, Sofia Gubaidúlina, and Hermeto Pascoal), was nominated for the Latin Grammy as the best Classical Music Album of 2022.
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